segunda-feira, 6 de junho de 2011

Soneto da devassidão
                                                                                                                                               
Enquanto a noite vai chegando ao apogeu,
em teus lençóis os meus pudores eu afasto
e sigo em busca do deleite nada casto
que só teu corpo pode dar ao corpo meu.

Na tua cama sou amante, fera, deus!
E penso, enquanto em tua carne faço pasto:
“Nenhum dinheiro, certamente, é melhor gasto
que o empregado nos fingidos gozos teus.”

Mas se o tesão ao fim da transa ainda me engana,
chegando mesmo a disfarçar-se de ternura,
prometo, sou capaz até de uma loucura:

antes que tenhas posto a roupa e pego a grana,
eu te direi, com meu orgulho de poeta:
- Fiz um soneto à minha puta predileta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário