Alma insone
Não quero dormir.
Quero caçar com as
mãos nuas
os momentos
desperdiçados.
Manter com os olhos
abertos
a ilusão de ser
imortal.
Quero buscar sempre o
novo,
me tornar infinito,
e entupir a mente de
coisas
para esquecer o medo
da morte
e de tudo o que ela torna
incompleto.
Não vou mais dormir,
não vou mais parar,
não vou mais sonhar.
Quero que cada um dos
meus fôlegos
seja parte de minha
arte,
até que a arte me
consuma
e minha vida seja
apenas
a obra que ela
deixar.
Ah, esse desejo é bem conhecido entre nós, os loucos que chamam de poetas... que nossa arte nos consuma e deixe claro que nossas vidas e identidades são apenas canais de sua manifestação.
ResponderExcluirComo eu falei, gosto dos teus poemas que já li porque eles falam o que querem dizer. Não se escondem. Muito bom este poema. Parabéns.
ResponderExcluirEstas palavras são sinceras demais...E, no entanto, a sinceridade não deixou que se desfizessem as cores das palavras. Uma bela construção de espírito. Um ideal!
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